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A Primavera Árabe


Povo tunisiano se reúne na praça Mohamed Bouazizi em Sidi Bouzid, Tunísia, em dezembro de 2011, para comemorar transição política no país. Fotógrafo: Fethi Belaid / AFP


A Primavera Árabe ficou conhecida como um período de transformações históricas que mudaram completamente o rumo da política mundial. Tal período ocasionou uma onda de revoluções que marcaram o norte da África e o Oriente Médio, uma vez que, a população foi às ruas para pedir a queda dos regimes ditatoriais e, sobretudo, reivindicar melhores condições de vida. Os protestos tinham forte caráter social, tendo sido causados, principalmente, em decorrência de questões demográficas estruturais, péssimas condições de vida desencadeadas pelo desemprego, aliado a existência de governos corruptos e autoritários. Estes regimes, nascidos dos nacionalismos árabes característicos das décadas de 1950 e 1970, tornaram-se governos repressores que inibiam a oposição política.

O ponto de partida para a onda de revoluções se deu em 2010, com a derrubada do ditador tunisiano El Albidine Ben Ali. Após isto, as manifestações populares se disseminaram para outros países. Houve revoluções na Tunísia e no Egito, uma guerra civil na Líbia e na Síria; também ocorreram grandes protestos na Argélia, Bahrein, Djibuti, Iraque, Jordânia, Iêmen e manifestações menores no Kuwait, Líbano, Mauritânia, Marrocos, Arábia Saudita, Sudão e Saara Ocidental. Como medida para conter essas insurreições, várias nações árabes fizeram uso descomunal da força e repreenderam violentamente tais atos populares. As tropas de Muamar Kadafi, por exemplo, intensificaram os bombardeios contra os rebeldes no leste da Líbia, o que ocasionou uma intervenção militar, no país, para proteger a população civil. A ofensiva – comandada por uma aliança formada por França, Itália, Canadá, Estados Unidos e Grã-Bretanha – teve início em 19 de março, dois dias após o Conselho de Segurança da ONU aprovar a criação de uma zona de exclusão aérea na Líbia.

No caso da Síria, os protestos ainda estão em curso desde essa época, sendo a sua situação classificada como Guerra Civil pela comunidade internacional. Nesse país, a luta é motivada pelo desejo de queda do ditador Bashar al-Assad – a família Assad comanda a Síria há 50 anos, inclusive, governos hereditários e longos são característicos dos países envolvidos na Primavera Árabe. Existe a estimativa de cerca de 20 mil mortos desde que o governo resolveu reprimir os rebeldes com violência. Assim sendo, há indícios de que o governo sírio esteja utilizando armas biológicas e químicas para combater a revolução no país. Todavia, em alguns casos, como no Iêmen, os protestos resultaram no fim da ditatura e a implantação de um processo de transição pacífico, por meio de eleições diretas. Entretanto, houve conflitos e repressão por parte do governo. À vista dessa conjuntura, um forte período de instabilidade persiste nessas nações, com acentuado número de mortes e repressão intensa.


Referências bibliográficas


PENA, Rodolfo F. Alves. "Primavera Árabe"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/geografia/primavera-Arabe.htm>. Acesso em 20 de junho de 2017.

O GLOBO. Tunísia: o berço da Primavera Árabe. 2016. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/mundo/tunisia-berco-da-primavera-arabe-17733824>. Acesso em: 20 jun. 2017.


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